Desde quando a pandemia do coronavírus registrou o primeiro caso positivo em Rondônia, em março de 2020, cerca de 110 crianças de até 12 anos foram atendidas no Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD) com quadro de Covid-19, das quais 105 ficaram internadas. Desse número, 84 delas foram internadas em 2020 e outras 21 crianças já em 2021. Do total de crianças internadas acometidas pelo vírus, 11 não resistiram aos efeitos da doença e foram a óbito.
Embora a maioria dos casos de Covid-19 ocorra em adultos, as crianças também estão vulneráveis ao contágio da Covid-19. Os sintomas principais são os mesmos: febre, tosse, dificuldade para respirar, nariz entupido e/ou escorrendo, dor de garganta e até mesmo, sintomas gastrointestinais, como dor de barriga, diarreia e vômitos. Porém, em alguns casos, as crianças podem não apresentar nenhum sintoma (assintomáticas).
De acordo com a infectologista Antonieta Machado, as variantes do coronavírus aumentaram os casos graves e óbitos por Covid-19 em crianças em alguns estados do Brasil. Em Rondônia, os números causam uma certa preocupação. “Ainda não sabemos as consequências dessa nova cepa em crianças por ser tudo muito recente. Diferente dos adultos, a maioria das crianças tem um quadro leve ou moderado. Existem algumas explicações para isso. Uma delas é de que as crianças possuem menos “portas de entrada” para o vírus no organismo. A outra é que a resposta imunológica não é muito agressiva, diferente do que ocorre em alguns casos graves nos adultos”, disse a infectologista.
Apesar de raro, algumas crianças podem ter a forma grave da doença, como: idade inferior a 1 ano; doenças pulmonares (asma, bronquites); problemas no coração e imunidade baixa.
“Os cuidados são a prevenção, evitar expor a criança desnecessariamente, ensinar os cuidados com higiene pessoal e lavagem das mãos com água e sabão, reforçar que o álcool em gel deve ser usado sob supervisão do adulto para evitar acidentes, lembrando que água e sabão é bem melhor. O uso da máscara é indicado para crianças acima de quatro anos, mas entre dois e quatro anos depende se ela tem algum impedimento ou consegue usar de forma adequada. Portanto, o cuidado para não expor deve ser redobrado”, enfatizou Antonieta Machado.
Vulneráveis
No contexto da pandemia, a saúde mental de crianças e adolescentes pode ser afetada pelos efeitos da quarentena. Ainda que eles sejam igualmente vulneráveis à contaminação, as manifestações dos sintomas quase não aparecem ou são mais brandos do que nos adultos e idosos. Entretanto, a vulnerabilidade psicológica deles é bem maior. “O prejuízo psicológico só o tempo vai dizer, porém a criança deve ter o amparo da família que pode dar uma atenção diferenciada, com brincadeiras, envolvendo atividades que nunca havia realizado, para amenizar o efeito do isolamento. A internet ajuda um pouco a diminuir o distanciamento, mas é importante que os pais não deixem os filhos o dia inteiro em frente ao computador, essas medidas exigem atenção”, ponderou a infectologista.
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